sábado, 1 de octubre de 2016
CICLO
La vida
está soñando su final,
el tiempo
está floreando su festín,
ocupa tus
horas para no pensar
que el
tiempo se apresura,
eso es normal.
Besa tu
mundo de cosas para hacer,
lo que harás
hoy, lo hiciste ayer,
mañana cada
instante cederás
a ser tirano
de tu suerte.
El tiempo
se acumula en el jardín,
mi mundo
que se ahueca en un sofá
se entera
de unas muertes en TV.
Bebe su
copa de agua,
duerme
después.
martes, 27 de septiembre de 2016
NA TERRA DOS AVEJÕES
Fiz um canto com pedras,
um santuário verde no meio da
cidade morta.
Trouxe madeiras e novas ervas
onde meus gatos praticam o
esgrima com destreza,
e o cão se lembra
da última festa na savana
ancestral.
Pousam-se, dias sim, dias não, beija-flores
astronautas,
sedentos dos manacás, lacerados e
confusos,
enchidos da língua eréctil.
Meus felinos cobiçam seus voos
flutuantes
de agitada esmeralda ingênua,
como caída nos seus lábios
direto do céu generoso.
No meu canto há espaços para os duendes
e avejões,
que só aparecem pela noite
nas sombras que faz a candeia entre a folhagem,
ou nas fendas dos velhos e
embolorados troncos.
Quando a manhã chega,
os insetos,
que desafiam a física dos
tamanhos,
destecem suas lânguidas patas
como se os galhos secos
nascessem à vida,
e vão embora, ainda noctâmbulos,
à espera de outra luz que guie
seus rituais zambos.
Nesse mundo não há horas sem
sortilégios:
hoje surgiu, no brilho das asas
de um besouro gigante,
talvez da mamangava,
mais um dia branco e absoluto, na
cidade morta,
que jaz em mim.
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